Ontem estava a tomar um cafezinho rápido com a primeira educadora de infância da minha filha mais velha e recebi um daqueles comentários que nos deixam para lá de Bagdad...
Esta relação com a ex-educadora da minha filha desenvolveu-se de tal forma que somos hoje amicíssimas, frequentamos aa casa uma da outra e apesar da diferença de idades (20 anitos) somos "tu cá tu lá"... enfim, sabemos "tudo" da vida uma da outra. Esta minha amiga, a P.A. tem 3 filhas, uma que é terapeuta da fala, outra psicóloga que trabalha na APPACDM e a mais velha M. que abriu um Centro de Estudos, onde os meus filhos já estiveram em períodos curtos de férias escolares.
Do facto de frequentarem o Centro de Estudos, ser amiga da P.A. passei a ser também amiga das 3 filhas. Sendo que este ano a relação com a mais velha se tornou mais forte e intíma. E no meio de perguntar á minha amiga P.A. pelas filhas, perguntei também pela M. (a mais velha).
Já há quase 1 mês que não estamos em contacto... a vida tem destas coisas. Gostamos das pessoas mas não temos tempo para estar com elas... e este ritmo frenético também dificulta encontrarmos um tempo em que ambas estejamos disponíveis... felizmente houve um Antonio Meucci!
Antonio Meucci, porque apesar de Alexander Graham Bell seja historicamente considerado o inventor do telefone, foi efectivamente o italiano Antonio Meucci que o inventou e vendeu o protótipo do aparelho a Bell por volta de 1870.
Voltando ao cefézinho... "patati patátá" falando da filha mais velha, digo que gosto imenso da M. porque a considero uma pessoa íntegra, verdadeira, honesta. E digo mesmo que ela tem mesmo Integridade e que esta palavra é mesmo o que a melhor a caracteriza. E depois da própria mãe concordar sobre a minha avaliação diz-me isto:
"É por isso que vocês se dão bem porque tu És como ela". Disse que EU tinha a mesma forma de ser da filha, que sou frontal e verdadeira... que sou sincera.
Fiquei siderada... porque a opinião dela é uma opinião que eu levo sempre em conta. É uma mulher de força e coragem. Uma mulher com uma enorme experiência de vida. Com um grande coração.
Sempre aspirei a ser o melhor que podia ser. Apesar de não ser católica praticante sou crente em Jesus, especialmente no que concerne a aceitação e ao perdão. O amor ao próximo foi a maior dádiva de Jesus e é uma parte fulcral da minha vida. Foi-o na minha vida profissional, uma vez que sou licenciada em Sociologia e sempre trabalhei em projectos de protecção social, luta contra a pobreza e a exclusão e é cada vez mais claro na minha vida pessoal, exacerbada pelo facto de ser mãe e mãe de uma criança com necessidades especiais.
E ás vezes acontece-nos isto, alguém vê o reflexo da nossa alma e transmite-nos com total desprendimento a imagem que tem de nós e sentimo-nos vindicadas.
Pode ser que estas palavras não expliquem bem o que estou a tentar transmitir, mas o que quero dizer é que efectivamente nós não vivemos numa redoma, a opinião dos outros é importante, por muito que digamos que fazemos ou dizemos algo e que se lixe os outros e a sua opinião, não será que nos estamos a enganar a nós próprios? Nenhum homem é uma ilha...
E com um abraço e um beijo me despeço,
Sofia