Cada vez que vejo o Biggest Looser dá-me um rush... parece que foi ontem que tinha perto de 78 ou 79 kg e a vi este programa pela primeira vez. E cada vez que vejo penso em voltar a treinar "á séria", ou seja, cardio, musculação e qualquer aula com cardio, tudo no mesmo dia, respeitando esta ordem... mas depois vejo que não tenho 2 h a 2h30m para treinar por dia...
Impressiono-me e continua a impressionar-me como me revejo nos dramas que os concorrentes já viveram. Sinto naquelas palavras como se fosse eu a falar. Foi por essa altura que percebi o que era a compulsão alimentar porque foi lá que ouvi pela primeira vez pessoas como eu, obesas mórbidas, falar sobre os sentimentos que a comida lhes proporcionava: o escape, o prazer momentaneo e depois o desanimo, a vergonha, a pena e o desespero.
E hoje, que já não sou obesa, mas continuo a lutar para deixar de ter kg a mais, continua a impressionar-me os relatos de vidas destruídas e o escape que a comida proporciona. E continuo a rever-me nas suas histórias de vida porque eu sei que este distúrbio nunca me vai deixar. è tão fácil procurar o conforto que a comida tráz... e é uma luta diária.
O uso de pratos, talheres e copos mais pequenos que os utilizados pelo meu marido e o controle de servir o prato na cozinha e deixar a comida dentro do tacho é uma coisa que sendo tão simples é algo que vai contra a minha necessidade de saber, sentir, cheirar até que existe comida. E eu gosto de ver uma mesa bem posta. Gosto de enfeitar pratos, de servir belas entradas e no fim surpreender o maridão com uma sobremesa. Gosto de levar para a mesa o jantar disposto em travessas, sem salpicos nas laterais. Uso sempre um guardanapo de papel para limpar um prato todo á volta, ou taça, pirex, para que a sua apresentação seja o mais "clean" possível.
E hoje servi o meu caril de frango na cozinha e acompanhei com 1/4 de carcaça e senti o prazer de comer algo que parece absolutamente decadente mas na realidade é feito estufado, com muitas cebolas e pimentos. Uma colher de azeite é suficiente para este prato... O que leva mais é a pasta de caril e o iogurte natural magro. A preparação deste prato é nesta altura uma das coisas que me dá mais prazer na cozinha.
Claro que me apetecia fazer o meu bacalhau com natas... a minha lasanha ou canelones são absolutamente e realmente decadentes... aquele molho branco com o travo da noz moscada... que saudades...
A última vez que comi bacalhau com natas foi no natal e a minha lasanha já foi o ano passado. Tenho pensado muito em adaptar este prato... leite magro e natas de soja light para o molho... carne picada de peru e soja hidratada, ou um recheio de espinafres (que adoro) com um queijo fresco, requeijão ou algo parecido. E no fim a gratinar usar a minha receita de pão ralado com coentros/alhos ou azeitonas (feito na bimby fica super fino e com um cheirinho!).
Quem sabe... esta semana, no domingo?
Bye,
Sofia