Sexta-feira, 16.03.12

Sinto-me em profunda inércia mental para escrever no blog. Sorry.

 

O meu diário alimentar e de exercicio permanece intocado nos últimos 20 dias. Não sinto grandes ânsias nem sinto que vai haver assim algum obstáculo que preciso tranpor. Talvez a palavra que me descreva nestas últimas semanas seja a de saciação. Encontro-me saciada, contente e satisfeita com a minha situação actual.

 

Estou nos 60 kg e embora tenha estabelecido a meta nos 55 kg sinto-me confortável com o peso que tenho. A alimentação e o exercicio físico não se têm alterado. O peso flutua 1 kg a mais ou 1 kg a menos. Nada de extraordinário... uma situação que não me angustia nem excita.

 

E... começo a pensar que tenho pouco para falar sobre a minha compulsão alimentar que já não tenha falado antes... não sou propriamente uma estudiosa sobre alimentos que ajudem a acelerar o metabolismo ou tenha x, ou y, zz na sua composição e por isso são coisas que poderia experimentar. Não sou nenhum guru e parece que nada tenho a dizer que possa ajudar outras pessoas que tenham a mesma patologia que eu.

 

Acreditam que nem a minha amiga balança me vê tantas vezes como antes? Dantes, pesava-me cada vez que comia, quando chegava do ginásio, ao acordar, depois de ir ao wc... mãezinha do céu... aí umas 20 vezes por dia... e agora? Quando acordo, quando chego do ginásio e antes de me deitar e já está. E ás vezes nem isso.

 

Acho que se ficasse o próximo ano neste peso ficava satisfeita!

 

Na segunda feira, tive de agarrar e parar uma antiga colega de trabalho, na rua, que já não via há 4 anos e apresentar-me! A resposta dela:"Não te fazia encontrar aqui nem assim..." e olhou-me de alto a baixo (eu com skinny jeans e botas com 11 cm de salto) a tirar-me as medidas.

 

Confesso... saí dali com um ego bem em cima. 

 

Existe uma comédia que se chama "How I met your mother" e num episódio em que 2 pessoas se separam e depois quase que existe uma competição entre ambos para ver quem ganhou, ou seja quem depois de terminada a relação e depois de se encontrarem passados uns tempos quem está melhor na vida... lembrei-me desse episódio... e senti que ganhei:

 

1.º ponto para mim: eu estou mais magra e ela mais gorda (Ela continua a ser mais magra que eu mas a cara está muito inchada e o próprio corpo está mais redondo. E eu tenho formas mais definidas, compactas, estou mais "fit" que ela)

 

2.º ponto para mim: ela está desempregada e eu optei por ser mãe a tempo inteiro, porque obviamente, tenho condições para o fazer

 

3.º ponto para mim: eu estava melhor vestida que ela ( a minha roupa não parecia que estava apertada e não saía pneuzinho nenhum e ela parecia composta de pedaços redondos, bolinhas em cima de bolinhas... e eu trazia saltos e ela sapatos baixos)

 

4.º ponto para mim: eu estava acompanhada com 2 amigas excelentes, depois de termos ido fazer uma manicure e almoçar no sushi e ela vinha sozinha.

 

Ao longo deste ano tenho encontrado colegas de liceu, antigos colegas de trabalho, pessoas que não vejo já há algum tempo e quando olho para estas pessoas nem acredito como eles envelheceram, como engordaram, como têm a pele, muitas vezes devido ao tabaco a pele toma um tom muito pouco saudável.

 

E sinto-me tão mais nova e tão mais feliz que eles. Eu já estive mal, já fui obesa mórbida, estava em depressão, tinha, e tenho e terei sempre uma criança com deficiência que implica uma grande dedicação e empenho da minha parte para a ajudar nas suas dificuldades. è pelo facto de já ter estado mal que reconheço em muitas dessas pessoas o desanimo, a infelicidade e mesmo uma apatia perante a sua vida.

 

É triste quando vemos que os nossos sonhos não se concretizam mas numa situação dessas é necessário desenvolver estratégias para atingir novos objectivos e parar de sonhar. Se uma situação não muda então a única condição que pode mudar somos nós. 

 

Faz sentido??? esta ideia que a felicidade é uma escolha? E que essa escolha pode ocorrer a qualquer momento, em cada um dos nossos dias?

 

Eu escolho que sim. Acordar e escolher: hoje vou ser feliz.

 

Um abraço,

Sofia

publicado por 80nuncamais às 00:19 | link do post | comentar | favorito
Kinza a 16 de Março de 2012 às 12:53
Mas tu odeias este antiga colega de trabalho, ou que? Porque sentas como haver competição com ela? Porque importa que tu trazias saltos e ela sapatos baixos??? Não sabia que saltos trazem pontos...
Se ela não tivesse estado triste por estar sozinha na rua, seguramente está triste e frustrada por estar desempregada...
Considerando tudo o que já tens sobrevivido na tua vida, podias ter um pouco mais tolerância e compreensão para os outros. É muito bom e inspirador que sejas satisfeita com a tua própria vida, gosto do ler o teu blogue e os teus pensamentos. Hoje é a primeira vez que estou desapontada por não sentir bondade nas tuas palavras.
Cumprimentos.
80nuncamais a 16 de Março de 2012 às 19:11
Se odeio a L? Odiar não, porque não odeio ninguém... mas não gosto dela. Ao longo de 3 anos fez-me a vida negra: Constantemente a entregar-me as fotos das casas que angariava 10 ou 15 minutos da minha hora de saída, para que eu chegasse atrasada a apanhar a minha filha... isso só terminou quando foi instituído que as fotos tinham de ser descarregadas até as 10h da manhã. Estar sempre a perguntar se eu não sabia que a minha filha era mongolóide " antes de nascer, porque há tantos testes de sangue (ás 11 e depois ás 14 semanas) que fazem essa análise e eu estar constantemente a explicar que o resultado desses testes revela uma percentagem de probabilidade de ter trissomia 21 ou não, cruzando as análises de sangue e a idade da mãe. Perguntar porque eu não fiz a ecografia a 3 dimensões, porque estava, na altura, tanto na moda e que "aí via-se logo" (por acaso conheço uma pessoa que fez essa ecografia e não foi detectado a trissomia 21 do filho). Se tinha sido seguida no médico da caixa porque um particular era melhor (fui seguida por um médico ginecologista e obstreta num hospital particular). Insinuar que os médicos eram incompetentes ou não me quiseram dizer... Se começar a desbobinar tantas coisas que ela me fez acho que não me calo!
Não gosto dela. Não gosto da maneira como tratava colegas e clientes... Vê lá que ela se despediu para ir para outra imobiliária e 1 semana depois foi exigir indemnizações . São tantas coisas... não lhe desejo mal, espero que ela arranje trabalho e seja muito feliz, mas sim, não demonstrei grande bondade ao falar deste encontro, não sinto pena dela. E nunca me achei um modelo de comportamento, tenho imensos defeitos e assumo os que tenho. E eu sou uma pessoa real não sou uma mártir nem uma santa. E tenho pensamentos assim: quem te vê e quem te vê... eras só vaidade, nariz do ar, olhavas-me de lado e rias-te de mim... e agora tenho mais formação que tu, o meu marido é mais bonito, estou a construir a casa dos meus sonhos e tenho uma vida feliz.
E depois, pode haver uma pessoa ao meu lado que pensa de mim: coitada, não tenho trabalho, mas tenho um filho perfeito e a filha dela é mongolóide !
E sim... saltos altos ganham sempre a sapatos baixos! Especialmente se tens 1,47 e essa tua colega também um dia te ter perguntado se não era verdade que os anões eram pessoas com menos de 1,50...
Kinza a 16 de Março de 2012 às 19:49
Obrigada pela explicação. Isso faz agora mais sentido. Bj
Anónimo a 16 de Março de 2012 às 15:54
Olá Sofia!
Saiste vencedora pq trabalhaste para isso. Foi a tua recompensa...
Estás mais segura e confiante.

Bjito grande
80nuncamais a 16 de Março de 2012 às 19:15
É uma sensação extraordinária... vencer uma depressão, controlar a compulsão alimentar (pelo menos por enquanto... como um alcoolico nunca deixa de o ser eu sei que terei sempre um distúrbio alimentar) e aceitar que as dificuldades que tive, um passado familiar de horror e o nascimento de uma criança deficiente, não impedem a felicidade, é para mim, um grande feito.
Obrigada,
Sofia
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