Começo a perceber porque quando comecei o meu blog ia visitar o cantinho de outras bloggers e achava-as tão convencidas. É que o facto de conseguirmos atingir os nossos objectivos tráz ao de cima sentimentos que nem sempre são os melhores. Confesso que estou a sentir-me poderosa, linda e capaz de fazer ou ser o que quizer. Escolhi ser mãe em full time, com 3 filhos com idades tão próximas e sinto-me bem com isso e não mudaria esse estatuto de forma alguma.
É super cansativo mas também me permitiu concentrar-me mais em mim, ter tempo para ir ao ginásio, fazer depilação definitiva (buço e axilas no meu caso, Lilith), e... amar melhor a minha família porque me amo mais que antes.
Houve uma altura em que sentia vergonha em acompanhar o maridão nos jantares com colegas de trabalho, achava que não estava á altura dele e queria era esconder-me. Hoje, vejo que precisava de sentir isso para dar valor ao meu esforço, dedicação e empenho nesta luta diária contra a compulsão alimentar e o resultado dela: a obesidade mórbida de grau 3.
Só depois de sair do buraco conseguimos ver o buraco e mudar a nossa vida.
Como me disse o meu tio esta semana: quem diria há 2 anos atrás que eu ia ter esta transformação? Hábitos alimentares equilibrados e o gosto pela actividade fisíca?
E pensar que só eu acreditei em mim... só eu... por muita força que o maridão me deu existiu sempre aquela dúvida sobre uma mudança real.
E só consegui isso quando percebi que não posso fazer dieta, não posso tirar as coisas que gosto da minha vida. Chocolates, bolos, pão com manteiga, sushi e comida picante... nada disso me está interdito. Escolho um dia da semana e como uma refeição que me dê mesmo prazer, sem culpas nem remorsos.
Tenho quase 39 anos... e só agora percebo tanta coisa sobre mim, E sobre as pessoas que me rodeiam também. Procuro encontrar motivos para terem alguns comportamentos e não ser tão radical na minha posição sobre outras pessoas e a sua vida.
Quero ser uma pessoa melhor.
Um abraço,
Sofia